Algodão (Gossypium hirsutum): Cultivo no Brasil
Algodão: Você sabia que o Mato Grosso é o maior produtor de algodão do Brasil? Ele produz mais de 66% da fibra. A planta Gossypium hirsutum L. é a mais cultivada para fazer pluma para as indústrias têxteis. Ela é responsável por 75% das fibras naturais.
O algodão foi trazido pelos portugueses para o Brasil. No século XVIII, ele cresceu muito no Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia. Hoje, Mato Grosso é o líder na produção, com 1,1 milhão de hectares em 2019. Essa cultura é muito importante para a economia e a sociedade do Brasil.
Quer saber mais sobre a espécie Gossypium e como é cultivada no Brasil? Vamos explorar juntos.
Introdução ao Algodoeiro
Origem e Classificação do Algodão
O algodão (Gossypium hirsutum) é muito antigo no Brasil. Os indígenas e os portugueses o trouxeram. Hoje, temos dois tipos principais: o arbóreo e o herbáceo.
O algodoeiro herbáceo é muito comum. Ele cresce rápido e atinge até 1,5 metro. É a planta mais cultivada do mundo.
O algodoeiro arbóreo é raro. Mas ainda é usado pelas tribos indígenas. Eles o usam para fazer roupas e outros produtos.
Além desses, temos o Gossypium mustelinum. É nativo do Brasil e está quase desaparecendo.
Espécie | Tipo de Cultivo | Distribuição no Brasil |
---|---|---|
Gossypium hirsutum | Herbáceo, anual | Amplamente cultivado |
Gossypium barbadense | Arbóreo, semi-domesticado | Encontrado em populações indígenas |
Gossypium mustelinum | Nativa, risco de desaparecimento | Pequenas populações naturais |
O algodoeiro é uma planta que atrai abelhas. Elas visitam as flores. Isso ajuda na polinização.
Cultura do Algodão no Brasil
A história do algodão no Brasil é cheia de ciclos de produção. O Nordeste e o Centro-Oeste são as principais regiões. No século XVIII, o algodão era muito importante em estados como Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia.
Na década de 1990, a produção de algodão Mocó caiu muito. Isso aconteceu por causa do bicudo-do-algodoeiro e problemas econômicos, tecnológicos e sociais.
Mato Grosso começou a produzir mais algodão na década de 1980. Hoje, é o maior produtor do país. Cerca de 1,1 milhão de hectares são cultivados lá.
Algumas estatísticas importantes sobre o algodão no Brasil:
- O algodão é responsável por mais de 60% dos insumos têxteis do país. É uma das maiores fontes de riqueza no setor agropecuário.
- O Brasil é o único país do mundo a colher duas vezes por ano. Isso se deve às diferenças climáticas entre o Nordeste e o Centro-Sul.
- O Cerrado brasileiro produz 84% do algodão do país. Mato Grosso é o maior produtor.
- No Nordeste, a maioria dos agricultores são famílias com pouco capital. Eles usam menos tecnologia.
A cultura do algodão no Brasil tem uma longa história. Ciclos de produção variaram em diferentes regiões. O Cerrado, especialmente Mato Grosso, é o líder atual. O Nordeste ainda é importante pela agricultura familiar.
Gossypium (Gossypium hirsutum)
Características da Espécie
O algodoeiro (Gossypium hirsutum) é muito cultivado nos Estados Unidos. Ele representa cerca de 95% da produção de algodão do país. Na verdade, ele é responsável por 90% da produção mundial de algodão.
O cultivo de Gossypium hirsutum começou há 3.500 anos no México. Esse é o registro mais antigo de algodão nas Américas. As variedades mais longas são as mais usadas para produção comercial.
Gossypium hirsutum e Gossypium herbaceum são usados para fazer óleo de caroço de algodão. O povo Zuni usa Gossypium hirsutum para fazer roupas e cordas.
Uma curiosidade do Gossypium hirsutum é que ele produz néctar extrafloral. Esse néctar ajuda a proteger a planta.
“O Gossypium hirsutum (AD1) responde por aproximadamente 90% da produção mundial anual de algodão.”
Requerimentos Climáticos e Edáficos
O algodão (Gossypium hirsutum) precisa de um clima e solo específicos para crescer bem. O clima ideal para algodão tem temperaturas entre 23°C e 32°C. Também é importante ter umidade relativa do ar de 70% e cerca de 2.500 horas de sol por ano.
Para o solo ideal para algodão, o solo deve ser fértil, bem drenado e ter a umidade certa. Isso ajuda a evitar que o solo fique encharcado ou muito seco. O algodoeiro precisa de 700 a 1.300 mm de chuva por ano. A maior parte dessa água é usada quando as flores estão crescendo.
Estudos mostram como as mudanças climáticas afetam o algodão no Nordeste do Brasil. Eles consideraram aumentos de temperatura de 1,5°C, 3,0°C e 5,0°C. Também olharam para mudanças na quantidade de chuva de ±10%, ±25% e ±40%.
Um índice chamado Índice de Satisfação das Necessidades de Água (ISNA) ajuda a saber onde é melhor plantar algodão. A quantidade de chuva necessária varia entre 500 mm e 1.500 mm por ano.
“A temperatura é um fator determinante, influenciando fortemente o crescimento da planta e a duração de cada fase do desenvolvimento.”
No Piauí, o clima é principalmente semi-árido e sub-úmido seco. Isso afeta 94 e 96 municípios, respectivamente. Entender os requerimentos climáticos e edáficos é essencial para cultivar algodão no Brasil.
Sistemas de Cultivo
Plantio e Manejo Cultural
O algodoeiro cresce muito, com muitas folhas. Os cultivares anuais crescem até 20 a 25 folhas. O melhor tempo para plantar é quando a temperatura está entre 18°C e 30°C.
Evite plantar quando a temperatura fica muito baixa ou alta. O manejo cultural envolve preparar o solo, adubar e controlar pragas. Também é importante colher no momento certo, quando a umidade das fibras está entre 12 e 15%.
Estudos mostram que escolher o cultivar certo é muito importante. A irrigação e a adubação também ajudam muito. Um estudo de 2012 em Campina Grande mostrou isso.
Outros estudos de 2015 e 2014 falaram sobre a importância da época certa para plantar. E também da densidade das plantas e da adubação. Isso tudo ajuda muito na cultura do algodão.
Portanto, é essencial ter um manejo cultural bem feito. Isso inclui escolher o cultivar certo e usar técnicas de plantio eficazes. Também é importante adubar e irrigar corretamente para melhorar a produtividade e a qualidade do algodão.
“A escolha correta das cultivares e o uso de práticas de manejo cultural adequadas são fundamentais para o sucesso do cultivo do algodoeiro.”
Bicudo do Algodoeiro
O Anthonomus grandis, conhecido como bicudo-do-algodoeiro, é a principal praga do algodoeiro no Brasil. Essa praga veio do México. Foi vista pela primeira vez no Brasil em 1983, em Campinas/SP.
Depois disso, ela se espalhou pelas áreas de algodão importantes. O bicudo-do-algodoeiro pode causar perdas de até 75% na colheita de algodão. Os danos são piores nos botões florais.
Essa praga começa a atacar cerca de 30 dias após as plantas nascerem. Ela ataca até o final da floração, frutificação e maturação.
Para controlar o bicudo-do-algodoeiro, os produtores usam várias estratégias. Elas incluem:
- Controle comportamental
- Controle cultural, como destruir restos culturais
- Uso de variedades resistentes
- Controle biológico com predadores e patógenos
- Aplicação de produtos naturais
- Adoção de legislação específica, como o vazio sanitário
Estudos mostram que mutações podem ajudar a reduzir os danos do bicudo. Características como a folha okra e o bracto frego são úteis. Elas ajudam no controle da praga do algodoeiro.
Característica Mutante | Redução no Dano do Bicudo |
---|---|
Bracto Frego | 34,71% |
Folha Okra | 40% (quando combinada com bracto frego) |
Combinação de todas as características mutantes | 23,13% |
O estudo mostra que combinar características de resistência é possível. Isso ajuda no manejo integrado do bicudo-do-algodoeiro no Brasil.
Algodão Arbóreo e Fibras Extralongas
O algodão arbóreo é uma variedade especial da espécie Gossypium hirsutum, chamada de raça marie galante. É encontrado apenas no Semiárido nordestino do Brasil. Esse algodão, conhecido como Mocó, é muito importante lá. Ele é adaptável e resiste bem à seca.
Porém, o algodão Mocó está em declínio. Isso se deve ao bicudo-do-algodoeiro e a problemas econômicos, tecnológicos e sociais. Hoje, só há cerca de 30 hectares cultivados comercialmente.
O Brasil também pode se destacar na produção de fibras extralongas. Essas fibras são essenciais para fazer tecidos finos e linhas de costura de qualidade. Mas, o país só usa cerca de 3% dessa fibra. A maior parte vem do Egito.
As pesquisas e desenvolvimentos de novas variedades de algodão estão mostrando resultados positivos. Algumas variedades brasileiras têm fibras mais longas, com mais de 32 mm. Isso mostra um aumento de 7% no comprimento das fibras.
A criação de cultivares transgênicas resistentes a pragas também ajudou. Variedades como a BRS 433 FL B2RF aumentaram a produtividade e a resistência do algodão. Isso abre caminho para a produção de fibras extralongas em grande escala.
“A produção mundial de algodão abrange mais de 40% da vestidura da humanidade.”
Com esses avanços, o Brasil pode atender melhor à demanda por fibras extralongas. Além disso, pode se tornar um grande exportador de algodão de alta qualidade. Isso ajudará a reduzir a dependência de importações.
Produção e Mercado
Estatísticas e Comércio
O algodão é muito importante para a economia do Brasil. O país é o quinto maior produtor mundial e o segundo maior exportador. Nos últimos anos, o setor da cotonicultura cresceu muito.
Isso se deve à adoção de novas tecnologias e sistemas mais eficientes. A região do Cerrado é a principal para a produção de algodão herbáceo. Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás são os principais produtores.
Mato Grosso é o líder na produção nacional, com cerca de 60% do total. A migração da produção de algodão do Semiárido para o Cerrado fez o Brasil passar de importador a exportador. No entanto, o Nordeste enfrenta dificuldades para competir com outras regiões.
Isso faz com que a produção de algodão se desloque para o Centro-Oeste. Estudos recentes mostram que o Brasil tem uma grande vantagem no mercado internacional de algodão. O índice de vantagem comparativa revelada (IVCR) e a Razão de Concentração (CRk) mostram isso claramente.
A cadeia produtiva do algodão é muito importante para o PIB do Brasil. Isso mostra a importância estratégica do algodão para a economia nacional.
“A modernização das instalações de fabricação brasileiras e a adoção de novos sistemas de produção beneficiam o valor agregado do algodão.”
Pesquisa e Desenvolvimento
A Embrapa Algodão trabalha duro para melhorar o algodão. Eles querem aumentar a produção e a qualidade da fibra. Isso é muito importante para a espécie Gossypium hirsutum raça marie galante.
Essas pesquisas ajudam a expandir o cultivo de algodão no Semiárido brasileiro. Isso cria mais empregos e renda para o Nordeste.
Estudos da Embrapa Algodão melhoraram o algodoeiro e a cultura do algodão. Por exemplo, cultivares como CNPA Precoce 1, CNPA Precoce 2 e CNPA 7 H foram estudados. Eles analisaram o desenvolvimento do pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii).
- 20 pulgões adultos foram infestados em plantas de algodão com 20 cm de altura em vasos individuais com gaiolas.
- O número de pulgões foi registrado em cada planta das três cultivares aos 15, 30 e 45 dias após a infestação.
- Diferenças significativas foram encontradas na média do número de pulgões entre a CNPA Precoce 2 e as outras cultivares.
- Não houve diferença significativa na distribuição vertical dos pulgões na planta, exceto para a CNPA Precoce 2, que apresentou maior densidade de pulgões na região média em comparação à região basal aos 45 dias após a infestação.
Outros estudos também estão focados na pesquisa em algodão. Eles analisam como a espécie hospedeira afeta a população de insetos. Também estudam as interações entre insetos e plantas para melhorar o manejo de pragas.
Parâmetro | Valor |
---|---|
Temperatura ideal para desenvolvimento de A. gossypii | Entre 25°C e 30°C |
Produção de ninfas por fêmea de A. gossypii por dia a 25°C | Até 2,85 |
Diferença no número de pulgões entre cultivares aos 45 dias | Significativa |
Essas pesquisas e inovações estão ajudando muito a cultura do algodão no Brasil. Elas impulsionam o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva. E trazem benefícios para os produtores e a economia regional.
Conclusão
O cultivo do potencial do algodão arbóreo tem grande importância. A variedade Veludo C-71 se adapta bem ao Semiárido brasileiro. Sua fibra de alta qualidade traz bons preços no mercado.
Apesar de menos algodão Mocó ser plantado hoje, a Embrapa Algodão busca melhorar isso. Ela quer incentivar o cultivo do algodão. Isso é muito importante para o Nordeste, tanto economicamente quanto socialmente.
Desenvolver técnicas de plantio e manejo é essencial. Também é importante valorizar as fibras extralongas. Isso pode ajudar a trazer de volta o algodão ao Semiárido, criando emprego e renda para famílias.
Essa ação pode impulsionar o futuro da cultura do algodão no Brasil. Fortalecerá a posição do país como grande produtor e exportador de algodão.
Investir no algodão arbóreo e em práticas sustentáveis é uma boa ideia. Isso atende à crescente demanda por fibras naturais. Além disso, ajuda no desenvolvimento socioeconômico do Nordeste, onde o algodão é crucial.
FAQ
O que é o Gossypium (Gossypium hirsutum)?
O Gossypium hirsutum é a espécie de algodoeiro mais cultivada. Ela representa 75% das fibras naturais usadas pelas indústrias têxteis. Tem grande importância econômica e social para a agricultura brasileira.
Quais são os tipos de algodão cultivados no mundo?
Existem dois tipos de algodão: o arbóreo e o herbáceo. O arbóreo é cultivado permanentemente. Já o herbáceo (Gossypium hirsutum L.r. latifolium Hutch) é um arbusto anual.
Quando e como o algodão foi introduzido no Brasil?
Os portugueses trouxeram o algodão para o Brasil. No século XVIII, a cultura cresceu muito no Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia. Hoje, Mato Grosso é o maior produtor, com mais de 66% da produção.
Quais são as características morfológicas e fisiológicas do algodoeiro?
O algodoeiro tem raiz pivotante, caule cilíndrico e folhas simples. Suas flores são hermafrodíticas e simétricas. O fruto é uma cápsula com sementes.
Ele precisa de solos férteis, umidade adequada, altas temperaturas e muita luz para crescer bem.
Quais são os requerimentos climáticos e edáficos ideais para o cultivo do algodão?
O algodoeiro cresce melhor em solos férteis e com umidade certa. Precisa de altas temperaturas e muita luz. Ele precisa de 700 a 1.300 mm de chuva, com 50 a 60% durante a floração.
Quais são as principais práticas de manejo cultural do algodoeiro?
O manejo cultural inclui preparo do solo, adubação e controle de plantas daninhas. Também inclui monitoramento de pragas e doenças, e a colheita no momento certo. O plantio deve ser feito entre 18°C e 30°C.
Qual é a principal praga do algodoeiro e como ela é controlada?
O bicudo-do-algodoeiro é a praga mais difícil de controlar. Para combatê-lo, Mato Grosso tem medidas fitossanitárias. Isso inclui cadastro de propriedades, vazio sanitário e destruição de restos culturais.
Qual é a importância do algodão arbóreo e das fibras extralongas?
A raça marie galante do Gossypium hirsutum é encontrada no Semiárido nordestino. Ela tem fibras extralongas e alcança altos preços. A Embrapa Algodão está fazendo pesquisas para expandir o cultivo dessa variedade.
Qual é a situação atual da produção e do mercado de algodão no Brasil?
Mato Grosso é o maior produtor de algodão no Brasil. Tem uma área de 1,1 milhão de hectares, representando mais de 66% da produção. Antes, o Nordeste era muito importante, mas a cultura foi reduzida por problemas.
Quais são as principais pesquisas e desenvolvimentos relacionados à cultura do algodão?
A Embrapa Algodão está desenvolvendo tecnologias para melhorar a cultura do algodão. Eles focam na espécie Gossypium hirsutum raça marie galante. Essas pesquisas visam expandir o cultivo no Semiárido brasileiro.
Links de Fontes
- Plantas que Curam: Descubra as Poderosas Ervas Naturais
- INDEA
- Características da cultura do algodão
- A cultura do algodão no Brasil
- Gossypium hirsutum
- O cultivo do algodão herbáceo no sistema de sequeiro no Nordeste do Brasil, no cenário de mudanças climática
- (4-Artigo 84 06(Júnior)EngAgrícolaSolos.indd)
- Componentes de produção de cultivares de algodão (Gossypium hirsutum) no município de Confresa – Mato Grosso
- O Algodão de fibra longa no Brasil
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- Análise de concentração do mercado mundial de exportação de algodão